Após
a Semana de Arte Moderna e a agitação que ela provocou nos meios artísticos,
aos poucos foi surgindo um novo grupo de artistas plásticos, que se
caracterizou pela valorização da cultura brasileira. Além disso, esses artistas
não eram adeptos dos princípios acadêmicos, mas preocupavam-se em dominar os
aspectos técnicos da elaboração de uma obra de arte.
Faziam parte desse grupo:
Cândido Portinari
(1903-1962)
Importante
pintor brasileiro, cuja temática expressa o papel que os artistas da época
propunham: denunciar as desigualdades da sociedade brasileira e as
consequências desse desequilíbrio. Seu trabalho ficou conhecido
internacionalmente através dos corpos humanos sugerindo volume e pés enormes
que fazem com que as figuras pareçam relacionar-se intimamente com a terra,
esta sempre pintada em tons muito vermelhos.
Ismael Nery
(1900-1934)
Ismael
Nery, que morreu ainda jovem, foi um dos nossos
primeiros e mais representativos pintores ligados ao surrealismo, movimento que
busca sua temática no inconsciente, nos sonhos, nos delírios. Em sua obra
sobressai a presença da imaginação criativa.
Bruno Giorgi
(1905-1993)
Escultor,
pintor, desenhista e gravador. Sob
a influência de Maillol sua carreira atravessou várias fases, desde a de maior
predomínio naturalista até os volumes abstratos. Bruno Giorgi cria obras que valorizam o ritmo, o
movimento, os vazios, as linhas curvas e as formas angulares.
Cícero Dias
(1908-2003)
Foi um pintor do abstracionismo brasileiro, em suas pinturas combina as mais genuínas tradições pernambucanas com a essência universal da arte. Utilizando-se das cores tropicais, inspiradas pelo "verde canavial", "vermelho sangue-de-boi" e "azul céu sertanejo", ficou conhecido desde cedo como o "Pequeno Chagall dos Trópicos". Sua obra prima principalmente pela combinação inusitada de elementos aparentemente contraditórios, que são dispostos pelo artista de forma única e original.
Grupo Santa Helena
Grupo de artistas que se reuniram a partir de meados da década de 1930, formou-se de maneira espontânea, sem maiores pretensões e nenhum compromisso
conceitual. A maioria era formada por imigrantes italianos, como Alfredo Volpi e Fúlvio Penacchi; ou
filhos de imigrantes italianos como Aldo Bonadei, Alfredo Rizzotti, Mario Zanini e Humberto Rosa; ou espanhóis, como Francisco Rebolo; ou portugueses, como Manuel Martins. Eram
todos de origem humilde e, para sobreviver, exerciam atividades artesanais e proletárias.
Francisco Rebolo
(1902-1980)
Viveu intensamente duas trajetórias. Primeiramente,
foi jogador de futebol, de 1917 a 1932. Atuou
no Corinthians de 1921 a 1927 e no Ypiranga, ambos
clubes da cidade de São Paulo. A partir de 1934, tornou-se pintor. Rebolo
é considerado um dos mais importantes paisagistas da
pintura brasileira. Além
das paisagens, envolve também como temática um expressivo conjunto de retratos, figuras, naturezas-mortas e flores.
Alfredo Volpi
(1896-1988)
Considerado,
pela crítica,
como um dos artistas mais importantes da segunda geração do modernismo. Uma das características de suas obras são as
bandeirinhas e os casarios. Grande
colorista, explorou através das formas, composições magníficas, de grande
impacto visual. Trabalhou também como pintor decorador em
residências da sociedade paulista da época, executando trabalho de decoração
artística em paredes e murais. Na década de 1950 evoluiu para o abstracionismo geométrico, de que é exemplo a série de bandeiras e
mastros de festas juninas. Não
pertenceu oficialmente ao Grupo Santa Helena, porém sempre ia visitar seus amigos que
oficialmente participavam como Zanini e Rebolo , situado na Praça da Sé, em São Paulo.
O Grupo dos 19
Formado por 19 pintores, que expuseram em 1947, na
Galeria Prestes Maia, logo após o término da Segunda Guerra Mundial. Entre
eles, era comum o fato de todos serem jovens. Reunidos pelo Instituto Cultural
Brasil - Estados Unidos a mostra apresentou trabalhos de cunho expressionista
devido ao forte sentimento de terror ocasionado pelo massacre das guerras.
Hoje sabemos que eles são os principais artistas
que compõe o quadro da arte contemporânea do Brasil, com reconhecimento
nacional e internacional.
Participam da exposição:
Aldemir Martins, Maria Leontina, Marcelo Grassmann, Lothar Charoux, Luiz Sacilotto, A. Marx, Claudio Abramo, Camerini, Eva Lieblich, Flavio-Shiró, Huguette Israel, Jorge Mori, Andreatini, Maria Helena Milliet, Mário Gruber, Odetto Guersoni, Octávio Araújo, Raul Muller, Wanda. O júri de premiação, eleito pelos próprios artistas, é formado por Lasar Segall, Anita Malfatti e Di Cavalcanti.
Aldemir Martins
(1922-2006)
A natureza e a gente do Brasil são os temas mais
freqüentes da obra do artista plástico cearense Aldemir Martins: em seus
desenhos, gravuras e quadros, vêem-se cangaceiros, galos, peixes, gatos, frutas
e paisagens têm a marca registrada da brasilidade, nos traços fortes e nas
cores vibrantes, em que se mesclam influências cubistas e fauvistas, resultando
num estilo muito peculiar e original.
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